segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um antieuropeísmo radical

Quanto à Letónia, há dois anos estava numa situação muito semelhante à que a Grécia hoje enfrenta. Uma série de dificuldades económicas obrigaram o país a adotar medidas drásticas impostas pelo BCE e pelo FMI. Os cortes nos salários e em alguns benefícios sociais foram na ordem das dezenas por cento e o Governo introduziu novos impostos e aumentou os que já existiam. Vários observadores previram uma explosão do nacionalismo e dos sentimentos antieuropeus. Mas nada disso aconteceu, pelo menos por enquanto.

Na República Checa estamos muito longe de todas estas considerações. “A entrada, num futuro próximo, na zona euro é um absurdo. A união monetária tornou-se uma união da dívida e não vejo porque razão tenho de pagar as dívidas dos outros”, repetiu, várias vezes, nos últimos tempos, o primeiro-ministro checo, Petr Nečas.

Mas é igualmente importante lembrar que Nečas ainda não fez a posição checa evoluir para esse antieuropeísmo radical incarnado pelo presidente checo Vaclav Klaus. “Aponta simplesmente o dedo ao facto de que pertencer à União Europeia se traduz em custos cada vez maiores e que, para um país como a República Checa, seria preferível uma integração mais lenta.”

Com exceção da Hungria, nenhum outro país que está fora da zona euro se exprime assim. “Não podemos esperar um crescimento rápido da UE. A Hungria tem de seguir o seu próprio caminho”, declarou recentemente o primeiro-ministro Viktor Orbán que, há que o dizer uma vez mais, é geralmente considerado, pela UE, como um autocrata, tendo sido sob o seu Governo que a Hungria foi atirada para a periferia da Europa.

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