segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Quebra de confiança"

Mas em vez de mobilizarem todos os seus recursos para fazer face à crise, estes procuram limitar a sua responsabilidade. O facto cria a sensação de que há duas medidas: um tipo de democracia para os credores e outro para os devedores. Toda a gente é obrigada a entender os condicionalismos que pesam sobre Angela Merkel. Mas, quando Papandreu fala de referendo, está a cometer uma "quebra de confiança".

Além disso, os devedores suportam os custos dos erros dos credores. No caso da Grécia, o FMI queria (acertadamente) que o programa de ajustamento se centrasse em reformas estruturais que promovessem o crescimento; os europeus deram prioridade à redução do défice. Uma recessão superior à prevista significaria que a Grécia seria obrigada a estabelecer objetivos orçamentais cada vez mais estreitos, que implicam cada vez mais austeridade.

O primeiro resgate incluiu empréstimos a três anos a taxas de juro punitivas, sem redução da dívida. O último oferece à Grécia taxas baratas durante 30 anos, com uma dedução de 50% para os detentores privados de obrigações. Pelo menos uma destas opções estava errada e nenhuma das duas bastaria para salvar a Grécia. A Alemanha aceitou demasiado tarde a necessidade de reforçar e tornar mais flexível o fundo de resgate. Se o tivesse feito mais cedo, a crise poderia ter sido contida mais facilmente e com custos menores.

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