segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Não matem o euro

Entre operações de salvamento, orçamentos de austeridade para fazer face à crise e mercados obrigacionistas agressivos, há muito quem se pergunte se os dias do euro estarão contados. Mas um colapso da moeda europeia acarretaria custos técnicos, económicos e políticos sem precedentes.

Os mercados obrigacionistas menosprezaram o salvamento de 85 mil milhões de euros, oferecido à Irlanda em 28 de novembro. Os rendimentos aumentaram não apenas para a Irlanda mas também para Portugal, Espanha, Itália e até para a Bélgica. O euro caiu – mais uma vez. À medida que os salvamentos fracassados se vão sucedendo, as afirmações solenes dos líderes da União Europeia de que o fim da moeda única é impensável e impossível vão perdendo o poder de convencer alguém. E isso leva muita gente a perguntar-se se o euro conseguirá sobreviver.

O argumento contra é que os cidadãos europeus não podem continuar a viver subjugados a ele. Na periferia da Europa, algumas pessoas anseiam por serem poupadas aos anos de austeridade opressiva, que poderão vir a ser necessários para que os salários e os preços se tornem competitivos. No centro, dominado pela Alemanha, as pessoas estão fartas de pagar pelas incapacidades de outros países e, na sua qualidade de credores, receiam vir a sofrer, se o Banco Central Europeu (BCE) inflacionar as dívidas dos faltosos. No fundo, paira a sombria suspeita de que se trata de um drama que a zona euro poderá estar condenada a viver repetidamente. Então, porque não sair agora?

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