segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Grécia tornou-se escrava da Europa

De facto, há um ano que a Grécia deixou de ter autonomia política. A liberdade de Atenas limita-se à escolha dos portos que serão vendidos em primeiro lugar – Pirée, ou Thessalonique. O dilema do Governo consiste em decidir se prefere reduzir os salários dos funcionários públicos em 10% e as pensões de reforma em 20%, ou o inverso. Naturalmente, seria preferível fazer as duas coisas. "O Bundestag impõe-se na Grécia", foram títulos recentes na imprensa. Na certeza de que os países passariam a ser um "protetorado" alemão (segundo Rainer Brüderle).

"Como na Idade Média, a Grécia trocou a liberdade pelo dinheiro e tornou-se uma serva da Europa", explica Roland Vaubel. Este país, berço da democracia, vendeu a sua liberdade a pretensos salvadores no papel de administradores da insolvabilidade. A União da solidariedade sofre uma castração democrática.

Do lado dos doadores, este crédito de milhões a juros reduzidos assemelha-se a "luvas". É o preço que a UE tem de pagar para salvar os bancos franceses e alemães.

Do lado dos beneficiários, os gregos comportam-se como chantagistas, exigindo sem parar condições de crédito mais favoráveis com o pretexto de defenderem os bancos dos Estados credores. Os europeus honestos transformaram-se num bando de bando de ladrões chantagistas.

Esta forma de solidariedade prejudica o Parlamento Europeu. Dia 9 de maio de 2010, uma ação de comando, realizada pelos responsáveis de Bruxelas, por iniciativa de Nicolas Sarkozy e aconselhada por Jean-Claude Trichet, fez nascer o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que ficará para a posteridade com o nome de MES (Mecanismo Europeu de Estabilização).

O Governo não para de encostar os deputados alemães à parede e de lhes extorquir o consentimento brandindo a ameaça de uma crise em mercados anónimos ("Lehman, Lehman, Lehman") capaz de provocar uma catástrofe ("efeito dominó")

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