segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Crise da dívida - O pânico da dívida em França

“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”? Os franceses interrogam-se, pela primeira vez, sobre a qualidade da dívida soberana da França, depois de uma vaga de pânico lançada pelos mercados na quinta-feira, 10 de novembro, quando a distância entre as taxas das obrigações a dez anos da Alemanha e da França atingiram um novo recorde histórico ao ultrapassarem os 170 pontos base. Uma desproporção que reflete a diferença de tratamento dos investidores nos dois países, com notação AAA.

Esta diferença explica-se pela "desvinculação em massa dos bancos do mercado das dívidas soberanas", com os investidores europeus a libertarem-se a todo o custo da dívida soberana dos países da zona euro considerados "em risco":

Esta debandada geral foi lançada pelos bancos alemães. O Banco da Alemanha, no final de julho, também bloqueou em oito mil milhões a dívida italiana, o que provocou a descida aos infernos da península. Aos poucos, o pânico generalizou-se e cada um tentou desembaraçar-se de ativos considerados frágeis. O pior é que esta desconfiança em relação à zona euro é alimentada, no essencial, pelos protagonistas dos mercados europeus – bancos, garantias de fundos de pensões – e não por instituições externas.

O nervosismo dos mercados quanto à dívida francesa foi ainda mais reforçado por um grande erro da agência de notação Standard&Poor's que, no dia 10 de novembro, difundiu, por engano, a alguns dos seus assinantes, uma "mensagem" a anunciar que ia baixar a nota da França. Uma informação desmentida pela “S&P”. A França ao anunciar que tinha três meses para determinar se a perspetiva estável da notação ainda se justificaria".

A Comissão Europeia, na pessoa do comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, reagiu quinta-feira, dia 10 de novembro, à apresentação do segundo plano de austeridade, anunciado segunda-feira pelo primeiro-ministro francês François Fillon, ao pedir a Paris que tome "medidas suplementares para corrigir o défice público excessivo" em 2013. "Bruxelas estima que este défice irá registar apenas uma ligeira melhoria na ordem dos 5% do PIB dentro de dois anos, um resultado muito distante dos 3% que a França garantiu à Comissão Europeia".

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