segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Solideriedade serve os interesses dos bancos privados

Quem diz a perder (a democracia, o Estado de Direito, os cidadãos), diz a ganhar. São os partidários da centralização, a quem Roland Vaubel chama "euromânticos". O escritor Hans Magnus Enzensberger prefere "monstro": curadores dos seus cidadãos, que condenam com argumentos morais todos os indivíduos chauvinistas e anti-europeus que chamam a atenção para o custo de uma União onde os ricos financiam os pobres.

Os intelectuais de esquerda (de Jürgen Habermas a Joschka Fischer) defendem a elite política de euromânticos denunciando uma "renacionalização" da Europa sem perceberem que o seu pathos e os seus discursos de solidariedade servem os interesses dos capitais financeiros e dos bancos privados.

Vemos que se trata, em vez de solidariedade, para intelectuais e responsáveis políticos sem distinção, de fazer crescer a sua influência em detrimento das liberdades civis. A ideologia centralizadora está constantemente a ir contra a concorrência, os dispositivos democráticos e a informação dos cidadãos e esconde-se por trás de um incompreensível jargão de siglas e acrónimos (EFSF, ESM).

O nível de preocupação que os cidadãos revelam, sobre um assunto tradicionalmente tão aborrecedor como é a Europa, revela bem a sensação que têm de que alguma coisa de passa. Enquanto os mercados não retomarem a confiança, a nossa única esperança é o Supremo Tribunal Constitucional. Dia 5 de julho, a Europa vai estar na agenda de Karlsruhe.

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