terça-feira, 15 de maio de 2012



Não é possível tirar o crescimento da produção de uma cartola, como por magia,
e não há de facto dinheiro para investimentos.
Por isso há que manifestar uma certa estupefação com a forma como os políticos europeus,
encabeçados pelo novo Presidente francês, martelam uma simples palavra: crescimento.
Para o  grupo de reflexão de Bruxelas CPSE, a dicotomia "austeridade ou crescimento" é um "falso debate", que não faz avançar um passo na solução da crise do euro.
O verdadeiro debate, segundo ele, deve centrar-se nos bancos, especialmente os do Sul da Europa, que estão muito pior do que se pensava.
"Os bancos gregos e espanhóis estão sentados numa pilha crescente de dívidas”. “Só a Europa os pode salvar, os Governos grego e espanhol são demasiado fracos. É um problema europeu da maior importância."
No ano passado, depois de forte pressão política, os bancos europeus aceitaram cortes no pagamento da dívida do Estado grego, através de um perdão parcial. Depois disso, os mesmos bancos retiraram-se do Sul da zona euro, antes de novos cortes. Espanha, Itália e Portugal foram massivamente abandonados pelos investidores estrangeiros. Na Grécia, a fase seguinte já começou: até os gregos colocam o seu dinheiro no exterior. Estamos perante   uma imensa fuga de capitais. "Quatro, cinco, seis mil milhões de euros por mês. Ninguém os consegue travar."
Esta evolução acompanha a par e passo outra, igualmente prejudicial: devido à saída dos bancos do Norte da Europa, os do Sul vão-se afundando cada vez mais em dívidas. As obrigações de que os investidores estrangeiros se estão a livrar são compradas precisamente por bancos europeus do Sul. Fazem-no por pressão dos governos, mas também porque ganham dinheiro com isso. É que, em troca desse favor, os governos contratam novos empréstimos, a taxas de juros mais interessantes para os bancos.

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