terça-feira, 8 de maio de 2012

Emigração

A crise leva os Europeus a retomar o caminho da emigração. É no norte do Continente que se encontra a salvação, tanto para os jovens dos países mediterrâneos, como para os da Europa oriental. No espaço de um século, os países europeus passaram do estatuto de países de emigração para países de imigração – transformaram-se em países de acolhimento. Como um íman, o desenvolvimento industrial tem atraído a população dos países pobres. Muitos migrantes voltaram depois aos seus países de origem, mas foi precisa uma injeção de mão de obra externa para cobrir o deficit de trabalhadores. Os últimos países de acolhimento foram os do Sul da Europa, destino preferido dos romenos, sobretudo. Neste momento, estes imigrantes concorrem, no mercado de trabalho, com os autóctones no desemprego. Perante esta situação, e às novas restrições em matéria de emprego de estrangeiros, imigrantes do Leste e autóctones do Sul tendem a procurar trabalho na Europa do Norte. No passado, a Europa já viveu grandes movimentos migratórios. Entre 1950 e 1970, cerca de 10 milhões de italianos, gregos, espanhóis e portugueses puseram-se a caminho de países europeus mais desenvolvidos. Depois de 1973, com o início do declínio demográfico no arco mediterrânico, os Estados que dele fazem parte abriram as suas portas aos trabalhadores estrangeiros. O ponto de inflexão – quando a imigração ultrapassou a emigração – foi atingido nos anos de 1980. Os fluxos vieram da África do Norte, depois, da Europa Central e Oriental. O processo acelerou-se depois da queda do Muro de Berlim. Agora, a Alemanha, o Reino Unido e os países nórdicos poderão ter de enfrentar um assalto sem precedentes porque, para além das populações com grande tradição migratória (Espanha, Itália, Irlanda e mesmo Grécia), há hoje uma enorme pressão dos países da Europa de Leste, com os romenos à cabeça. Quanto à Roménia, tornar-se-á, por sua vez, um país de imigração, mas tratar-se-ão, provavelmente, de trabalhadores vindos da Ásia, do Médio Oriente e da África. As últimas estatísticas britânicas mostram, por outro lado, uma dinâmica invulgar na relação com a Espanha. O número de espanhóis registados no sistema de segurança social britânico aumentou 85% durante o último ano fiscal (abril -2010-abril - 2011), por comparação com o ano anterior. Pela primeira vez, a Espanha faz parte dos cinco principais países de proveniência de imigrantes para o Reino Unido – depois do Paquistão, do Sri Lanka, da Lituânia e da Irlanda. Segundo a filial espanhola da agência de trabalho temporário Adecco, cerca de 110 mil pessoas deixaram a Espanha com um contrato de trabalho na mão entre 2008 e 2010, enquanto a taxa de desemprego naquele país ultrapassou os 21%. Mais de 4,2 milhões de pessoas estão sem emprego. Também entre os italianos se registou um aumento significativo: os 60 mil curriculuns vitae enviados para o Eurostat em março de 2010 passaram a quase 90 mil em setembro de 2011.

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