terça-feira, 15 de maio de 2012

Ato patriótico permite grandes lucros

Taxas de juro mesmo muito vantajosas. No inverno passado, o Banco Central Europeu concedeu créditos muito baratos para mil milhões de euros, a fim de manter as trocas de empréstimos europeus. Os bancos da Europa do Sul aproveitaram estes créditos de muito boa vontade, a uma taxa de juro de 1%, para depois emprestarem aos governos cobrando-lhes 6% ou mais. Um ato patriótico que lhes permite ir tendo grandes lucros. Parece ser uma solução, mas cria uma dinâmica perversa: os bancos e os governos tornam-se de tal modo interdependentes que se enfraquecem mutuamente. "os bancos gregos estão absolutamente desgraçados". Parece ser um problema nacional. Mas isso é uma ilusão de ótica. O que vai acontecer se, de repente, os bancos do Sul não pagarem (não conseguirem pagar) os seus empréstimos ao BCE? "Por causa do euro, estamos todos no mesmo sistema". Indiretamente, o BCE somos nós. Todos nós, de todos os países do euro. Se as coisas correrem mal no Sul da Europa, outros países da zona euro terão de ajudar, para salvar a união monetária europeia. O BCE está, pois, sob forte pressão da Alemanha e da Holanda, no sentido de impedir esses empréstimos especulativos. O mercado financeiro interno é a base do euro. A fuga de capitais do Sul para o Norte destrói esse tecido. "A integração financeira da Europa está a recuar, pela primeira vez desde o início dos anos 1980". Os bancos retiram-se para as suas fronteiras: para serem mais fortes num país, deixam de conceder empréstimos a outro.

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