sexta-feira, 4 de maio de 2012

EMIGRAÇÃO - Indignados estão a partir

Portugal já perdeu um em cada dez licenciados. O êxodo começou há alguns anos porque a crise e a grande taxa de desemprego atingiram o país muito antes de chegarem ao resto da Europa. Atualmente, Portugal tem 34% de jovens desempregados e a Espanha 50%. Se não fosse a emigração, estas taxas seriam ainda mais altas. Os que se tornaram obsoletos na Europa – engenheiros, arquitetos, operários da construção civil – são recebidos de braços abertos em África e na América do Sul. O Brasil está a preparar-se a todo o vapor para o Campeonato do Mundo de Futebol de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016. Estão a ser contratados engenheiros e arquitetos em grande escala, até mesmo para o setor da energia onde há projetos que rondam os 200 mil milhões de dólares. No ano passado, a economia do Brasil cresceu quase 3%. A Argentina cresceu 8% e tem uma taxa de desemprego de 7%, três vezes mais baixa do que a da Espanha. Rica em petróleo, diamantes e outros recursos naturais, Angola é, hoje em dia, um dos países do mundo em mais rápido crescimento. Ali, o crescimento anual do PIB atinge os 15% e há três mil empresas portuguesas a operarem naquele país africano, construindo estradas, pontes, arranha-céus, linhas de caminho-de-ferro, condutas de petróleo. O país, assolado durante trinta anos por uma guerra civil que acabou apenas há uma década, tem falta de especialistas enquanto Portugal tem excesso de mão-de-obra qualificada. Há sobretudo dois grupos que estão a ir-se embora: pessoas mais velhas que querem poupar dinheiro e os jovens, que procuram desenvolver-se profissionalmente.

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