quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A força de Berlim é a fraqueza da França

Sou também obrigada a referir, de passagem, que a força de Berlim é a fraqueza de uma França que padece há anos de uma fraca credibilidade sobre as finanças públicas, um fato ainda hoje inalterado. Deve-se por fim relembrar, desta vez com um sorriso, que os franceses aceitam a Europa com a condição expressa de esta ser francesa!

O erro de ótica envolve os meios para resolver a crise atual. As discussões entre a França e a Alemanha assentam sobre a automaticidade das sanções contra os países cigarras; sobre a reforma dos tratados (como? quando? por quantos países, vinte sete ou dezassete?) e a função do tribunal de justiça, cujas implicações sobre a natureza da União são reais; envolve os meios utilizados para tranquilizar os credores garantindo-lhes que as suas dívidas deixarão de ser suprimidas. Mas, na realidade, se for necessário um acordo, este não será suficiente.

A solução para o ceticismo que persiste nos mercados (as saídas de capitais, o facto de as empresas fazerem empréstimos mais baratos do que o Estado) continua totalmente nas mãos do Banco Central Europeu, sendo o único ainda capaz de tranquilizar a zona euro.

A diminuição das taxas de interesse constatadas nestes últimos dias (o “spread” franco-alemão passou de 220 para 100 pontos em dez dias) deve-se ao discurso mais aberto de Mario Draghi, o seu presidente. Todos os caminhos levam a Frankfurt.

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