quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Europa também se radica neste credo

É verdade que, em Bruxelas, esta corrente de ideias não é novidade. Ao fim de várias décadas de celebrações do "método Monnet", que prega uma tecnocracia esclarecida, incumbida de estimular a modernização económica e política do continente, esquecemos que a Europa também se radica neste credo ordoliberal jurídico e económico, que se mantém particularmente forte na Alemanha.

É, portanto, difícil compreender um dos pilares da construção europeia, que é a política da livre concorrência, sem evocar as ligações, estreitas durante muito tempo, com o meio ordoliberal alemão. É preciso dizer que estas ideias, que justificam uma forma de "intervencionismo liberal", nas palavras de um dos seus mais importantes pensadores, Walter Röpke, permitem pensar numa "Europa robusta" e no reforço das instituições públicas supranacionais.

Mas na condição expressa de que estas se mantenham apolíticas e independentes, como o Banco Central Europeu (BCE) ou o Tribunal europeu.

Em suma, a proposta alemã é muito mais do que uma solução passageira para uma situação de emergência. Inscreve-se numa autêntica doutrina do federalismo europeu e acabaria com o lento desfile de uma lógica democrática no seio das instituições supranacionais, nascidas sob o signo da modernização económica.

Por outras palavras, corrigiria o falhanço final das repetidas tentativas de construção de uma Constituição política e viabilizaria uma Constituição económica europeia. Estará o Governo [francês] tão curto de ideias sobre a Europa que apenas tenha a propor uma modesta solução intergovernamental como contraprojeto para a UE?A via de saída encontra - se definitivamente na via Federal.

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