terça-feira, 10 de abril de 2012

Os países que têm dinheiro

A questão, portanto, é: porquê estes países e não outros? A resposta, à partida, é simples: são os que têm dinheiro. É uma questão de preço e, para colossos como o Brasil ou a China, são mesmo vendas a preço de saldo. Angola é um caso à parte, que envolve outro tipo de interesses além dos financeiros, bem como a Alemanha e o Reino Unido.

"O investimento angolano em Portugal tem uma componente política forte, como afirmação daquele país no mundo lusófono de onde no futuro espera tirar dividendos económicos".

Mas esta é também uma forma de legitimar os capitais angolanos, menos escrutinados em Portugal, e de entrar à boleia em outros mercados. O risco, dada a falta de transparência, é o de nunca se saber claramente qual é a identidade de quem investe. Angola investe, mas só dinheiro. Não há know-how associado.

Com a Alemanha (que concorre à EDP) e a quem o primeiro-ministro estendeu o tapete, o processo é outro. Se a este país pode interessar associar-se a Portugal em África, onde tem escassa penetração, para Portugal é um "um negócio" europeu, uma maneira de agarrar os alemães e comprometê-los com o país nesta fase difícil da crise europeia. "É uma visão de curto prazo". "Portugal está refém da Europa e interessa-lhe o mais possível estabelecer ligações fora do continente para recuperar a sua autonomia".

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