terça-feira, 10 de abril de 2012

Fuga de cérebros tende a aumentar

Num país preparado para um quinto ano de recessão, com o desemprego a atingir um recorde de 18% – e um índice sem precedentes de 42,5% de jovens sem emprego – a fuga de cérebros terá mesmo de aumentar. A economia australiana, em contrapartida, prevê um crescimento de 4% em 2012. "As pessoas dizem muitas vezes que não querem que os filhos cresçam lá".

Tessie Spilioti está no grupo dos que já se instalaram na Austrália. "Não há sítio no mundo melhor do que a Grécia e todos os dias tenho saudades do meu país e dos meus amigos", disse Spilioti, que passou a infância na Austrália, antes de se mudar para Atenas, há 27 anos. "Mas a Austrália é um país positivo. É uma terra farta, onde se sente a abundância e as oportunidades", afirmou com entusiasmo. "E isso é o que falta completamente na Grécia. As pessoas estão em pânico, o ambiente é mau, o clima psicológico é mau e as pessoas têm a sensação de viver num cerco. Nunca pensei que iria emigrar, mas com o stress da sobrevivência diária percebi que iria ser muito difícil evoluir."

Prevê-se que duas gerações se percam como resultado da grande crise económica grega. A nova diáspora, segundo os especialistas, vai quase de certeza abranger gente mais nova, com boa formação e multilingue, mas incapaz de sobreviver mais tempo num país com uma economia em queda livre, em parte devido às fortes medidas de austeridade que a Grécia foi forçada a aplicar em troca de ajuda.

Um estudo recente da Universidade de Thessaloniki revelou que a grande maioria dos gregos opta agora por trabalhar no estrangeiro e que a geração mais nova vai para países tão diversos como Rússia, China e Irão. Os inquiridos, na sua maior parte, nem sequer tentaram arranjar emprego no seu país porque não veem futuro numa economia que terá de aguentar rigorosos apertos de cinto pelo menos durante mais uma década.

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