segunda-feira, 21 de março de 2011

Nas mãos da Europa

Se a ajuda europeia não for accionada, Portugal terá enormes dificuldades em conseguir dinheiro, a um preço razoável, para continuar a cumprir as suas obrigações.
Tomemos em consideração duas datas chave: 15 de Abril e 15 de Junho. Serão dois testes de fogo para perceber se o País vai aguentar a pressão dos mercados se, até lá, não se render ao destino que tantos há muito dão como certo: o recurso à ajuda externa, como fizeram a Grécia e a Irlanda, embora em moldes agora mais favoráveis.
Em Abril, Portugal terá de pagar 4,5 mil milhões de euros de dívida, que se irá vencer. Trata - se de mais de mil milhões de euros por semana. Por outras palavras, temos menos de um mês para encontrar quem nos empreste aquele montante.
Os analistas dizem que Abril pode não ser assim tão complicado.A barreira de Junho é a que se apresenta como mais preocupante. Nesse mês teremos que reembolsar um empréstimo de quase 5 mil milhões de euros e entregar mais cerca de dois mil milhões de juros, referentes a vários empréstimos contraídos. Montantes dessa ordem só se conseguem com emissão de Obrigações do Tesouro, de médio e longo prazos, que, neste momento, estão penalizadas com juros demasiado elevados, acima dos 7,5%, o que obrigaria o Estado a aceitar um esforço financeiro muito pesado e insustentável, a prazo.
Afinal,há cerca de um ano que o país só tem conseguido financiar - se no longo prazo pagando juros a taxas elevadas, contando com a ajuda do Banco Central Europeu ou optando pela venda directa, como aconteceu com a China, em Janeiro, que assumiu 1,14 mil milhões de euros da dívida portuguesa.

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