terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Zona Euro

A Zona Euro é composta pelos seguintes países da União Europeia, que adoptaram a moeda comum: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal, prevendo-se que com a expansão da União Europeia alguns dos aderentes mais recentes possam nos próximos anos partilhar também o euro como moeda oficial.

O governo dinamarquês anunciou no seu programa de 22 de Novembro de 2007 a sua intenção de organizar um referendo sobre a entrada do país na Zona Euro.

Alguns países pequenos que não praticam políticas de moeda própria usam também o euro: Andorra, Mónaco, São Marino e Vaticano. Montenegro também utiliza o euro como sua moeda oficial. Também no Kosovo, o euro passou a circular mesmo antes da sua declaração de independência.

Outros países tinham a sua moeda fixada a uma antiga moeda europeia. Este era o caso do escudo cabo-verdiano, que estava ligado ao escudo português, e do franco CFA, que era indexado ao franco francês, em circulação em diversos países africanos, e o Franco CFP, dos territórios franceses no Pacífico.

O banco que controla as emissões do euro e executa a política cambial da União Europeia é o Banco Central Europeu, com sede em Frankfurt, am Main, na Alemanha.

Recessão portuguesa persiste mas na Zona Euro deve ser passageira

Indicadores avançados da OCDE apontam para prolongamento das condições recessivas em Portugal pelo menos até ao Verão. Mas trazem boas notícias para a evolução do contexto externo e, logo, para as exportações que têm sido o único motor da economia portuguesa.
A economia portuguesa vai manter-se em recessão pelo menos até ao Verão, mas a retracção antecipada para a Zona Euro tenderá a ser passageira, sugerem os indicadores avançados, hoje actualizados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

No caso de Portugal, o indicador, que tenta antecipar pontos de viragem no ciclo económico, continua a sinalizar uma trajetória francamente descendente da actividade económica, embora a curva comece a não ser tão inclinada, o que sugere uma progressiva estabilização das condições recessivas.

O indicador referente a Dezembro do ano passado desceu para 96,48 (a média de longo prazo é fixada em 100), o que significa uma descida mensal de 0,51% (0,62% no mês anterior) e uma queda acentuada de 6,47% por comparação com Dezembro de 2010 (a queda homóloga de Novembro havia sido de 5,74%). A previsão oficial do Governo e da troika aponta para que a economia portuguesa recue 3% neste ano, mas esse número data do início do Outono e deverá revelar-se mais sombrio na realidade.

Já para o conjunto dos países membros da OCDE, em particular para os Estados Unidos e para o Japão, os indicadores avançados “mostram uma mudança positiva na dinâmica de crescimento”. No caso da Zona Euro, estes continuam a sinalizar um crescimento inferior ao da média de longo prazo, mas também aqui pode haver boas notícias, com a OCDE a detetar “a emergência de sinais de moderação da recente deterioração” das perspectivas económicas para os próximos seis meses. As últimas previsões do FMI antecipavam uma recessão na Zona Euro de 0,5% no conjunto de 2012.

Em vias de estabilizar a desaceleração do crescimento estará o Brasil. Já para a China, os indicadores da OCDE apontam agora de forma mais pronunciada para um abrandamento do crescimento da actividade económica.

Euro ganha terreno após aprovação de plano de austeridade grego

A moeda única da Zona Euro está a valorizar face ao dólar e ao iene, após o governo grego ter ontem aprovado o plano de austeridade no parlamento, assegurando assim o segundo pacote de ajuda ao país.

O euro está a ganhar terreno face a 10 das 16 maiores contrapartes, com o iene a ceder 0,4% face à moeda europeia, para os 102,87 por euro. Face ao dólar, a divisa europeia aprecia 0,45% para os 1,3257 dólares.

A determinar esta evolução positiva do euro estão os recentes desenvolvimentos na Grécia, onde ontem o Executivo de Lucas Papademos conseguiu assegurar a aprovação de um novo pacote de medidas de austeridade no parlamento do país, um programa que vai permitir o pagamento do segundo pacote de ajuda à Grécia e evitar a bancarrota.

Moody's reduz nota das dívidas de Espanha, Itália e Portugal

A agência de classificação de risco Moody's reduziu nesta segunda-feira a nota da dívida soberana de Espanha, Itália e Portugal e informou que considera a possibilidade de rebaixar a nota máxima 'AAA' de França, Grã-Bretanha e Áustria devido à crise do euro.

Assim, a Moody's reduziu em um grau a classificação de solvência da Itália, para A3, de Portugal, para Ba3, e da Espanha em dois níveis, para A3.

A agência também reduziu em um grau as notas de Eslovênia (para A2) e Eslováquia (para A2) e de Malta (para A3), argumentando que esses nove países são mais suscetíveis aos crescentes riscos financeiros e macroeconômicos derivados da crise da Zona Euro.

A Moody's informou que considera a possibilidade de reduzir ainda mais, no médio prazo, as notas dos seis países que acaba de penalizar.

O anúncio da Moody's acontece exatamente um mês depois de a Standard & Poor's privar a França e a Áustria de suas classificações "AAA" e um dia depois de o Parlamento da Grécia aprovar novas medidas de austeridade, apesar as manifestações contrárias no país.

Mas a Moody's disse que a possibilidade de enfraquecimento económico na Europa "ameaça a implementação de programas nacionais de austeridade e as reformas estruturais que são necessárias para promover a competitividade".

A agência questionou a implementação de reformas institucionais na Zona Euro no lugar de utilizar recursos adequados para combater a crise e que esse conjunto de fatores negativos manterá uma "frágil" confiança no mercado europeu.

"Em diferentes graus, esses fatores estão a limitar a solvência soberana de toda a Europa e exacerbam a suscetibilidade de riscos financeiros e macroeconómicos", segundo a agência.

No entanto, a Moody's assegurou que "o compromisso das autoridades europeias para preservar a união monetária e para instaurar todas as reformas necessárias para restaurar a confiança nos mercados é um fator importante que limitou a envergadura dos ajustes das classificações" desta segunda-feira.
Angela Merkel encontrou-se com o seu professor, em Pequim. “A República Popular da China manda passear a chanceler”, em reação à viagem de três dias de Merkel no Império do Meio, onde esperava, entre outras coisas, pedir a ajuda chinesa para a salvação do euro. É certo que Pequim quer participar na solução da crise mas não conta perder o seu dinheiro.

“Nada de promessas de investimentos diretos aos europeus, declarou friamente o primeiro-ministro Wen Jiabao”. “Os países endividados têm, primeiro, que ‘tomar decisões dolorosas e fazerem os seus deveres’”. Ou seja:

Reduzir as dívidas, alargar os mecanismos de controlo e tomar posições claras, francas e confiáveis para com o resto do mundo. O dinheiro que os chineses querem investir na Europa não tem como objetivo ser uma ajuda ao desenvolvimento mas sim um bom investimento. No melhor dos casos, no plano económico e político.

Do ponto de vista alemão, a China podia desempenhar um papel-chave com os seus 3,2 mil milhões de dólares de reservas de divisas. As contrapartidas exigidas em troca, como por exemplo:


O reconhecimento, pela UE, do estatuto de economia de mercado para a China, o que tornaria mais difícil às empresas europeias tomarem medidas contra os crimes contra a concorrência e o dumping sobre os preços.

Resultado: a chanceler, que pode querer ser considerada pelos chineses como “a renovadora chefe do euro”, não teve oportunidade de promover as relações económicas bilaterais, como estava previsto, e não tem outro remédio senão esperar pelos encontros que ainda terá no decorrer do ano para arrancar as promessas ao primeiro-ministro chinês.

Mário Monti

Este homem pode salvar a Europa?”, pergunta-se sobre Mario Monti. Em visita a Washington e Nova Iorque por estes dias, “o homem mais importante da Europa”, como é classificado o chefe do Governo italiano, tem, de facto, a tarefa de evitar a derrocada da zona euro, e até mesmo da economia mundial, ao conseguir recuperar o seu país:


A missão de Monti tem implicações para todos – dos financeiros de Wall Street aos operários chineses. Porque os problemas de Itália tornaram-se problemas do mundo inteiro e Monti terá de salvar a Itália para evitar uma outra crise financeira global. Apesar da crise da dívida na Europa estar a ser travada há dois anos, a Itália [cuja dívida pública ultrapassa 120% do PIB] aparece como a maior ameaça à sobrevivência da moeda única, que está sob pressão: paradoxalmente é, ao mesmo tempo, demasiado grande para falir e demasiado importante para ser salva. E se se tornar insolvente, isso poderá desencadear uma série de acontecimentos que destroçariam a união monetária e poriam em perigo meio século de integração democrática.

O sucesso de Monti é igualmente crucial para a economia mundial. As consequências de um incumprimento de pagamentos por parte de Itália – e, pior, o colapso do euro – são praticamente inimagináveis. A Itália poderia provocar uma crise financeira ainda pior do que aquela que foi provocada em 2008 pela falência do banco Lehman Brothers. A onda de choque atingiria os mercados financeiros de todo o mundo, arrastando consigo os bancos e economias inteiras. Uma recessão na Europa, onde vivem milhões de consumidores ricos, poderia travar a retoma nos Estados Unidos e desacelerar os mercados emergentes. O destino de Mario Monti, da Europa e da retoma mundial estão agora inexoravelmente ligados.

“A Alemanha está a exportar mais do que nunca”

“A Alemanha está a exportar mais do que nunca”. Apesar da crise, “a economia alemã exportou bens no valor de mais de um bilião de euros em 2011”. Um momento recorde, com um aumento de 11,4% em relação a 2010. A procura vem sobretudo dos países emergentes, como a China. Mas “a UE continua a ser o mercado mais importante para as exportações alemãs”. Em 2011, a Alemanha exportou bens no valor de 627 mil milhões de euros para o mercado da UE, o que corresponde a quase dois terços do total de exportações dentro da UE.

Perante esta situação, “os economistas americanos e franceses pediram ao Governo alemão para equilibrar a sua balança comercial com as dos outros países da UE. Mas, uma vez que a balança comercial entre a Alemanha e os países europeus seus clientes esteve quase equilibrada em 2011, os alemães só parcialmente são responsáveis pelo desequilíbrio financeiro de alguns países europeus”.

“O enorme arrefecimento conjuntural na zona euro, na Suíça e na Europa de Leste pesa sobre a economia alemã, baseada nas suas exportações”. Assim, as vendas para o estrangeiro baixaram 4,3% entre novembro e dezembro, coisa que não acontecia desde a recessão de 2009. Esta baixa impediu o crescimento da economia alemã este inverno, acrescenta o diário económico

DEZ ANOS DO EURO

O euro (€) é a moeda oficial de 17 dos 27 países da União Europeia. O euro existe na forma de notas e moedas desde 1 de Janeiro de 2002, e como moeda escritural desde 1 de Janeiro de 1999.
O código do euro, de acordo com a norma ISO 4A Zona Euro ou oficialmente Área do Euro (também referenciada como Eurozona, Euro-Área ou ainda Eurolândia) refere-se a uma união monetária dentro da União Europeia, na qual alguns Estados-membros adotaram oficialmente o euro como moeda comum. A área monetária é constituída por 17 membros dentro da União Europeia e mais 9 fora dela.
A entidade máxima que regula toda a política monetária (incluindo a gestão da taxa de juros Euribor) é o Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt, na Alemanha.
A Zona Euro é a maior economia do mundo.