terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Recessão portuguesa persiste mas na Zona Euro deve ser passageira

Indicadores avançados da OCDE apontam para prolongamento das condições recessivas em Portugal pelo menos até ao Verão. Mas trazem boas notícias para a evolução do contexto externo e, logo, para as exportações que têm sido o único motor da economia portuguesa.
A economia portuguesa vai manter-se em recessão pelo menos até ao Verão, mas a retracção antecipada para a Zona Euro tenderá a ser passageira, sugerem os indicadores avançados, hoje actualizados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

No caso de Portugal, o indicador, que tenta antecipar pontos de viragem no ciclo económico, continua a sinalizar uma trajetória francamente descendente da actividade económica, embora a curva comece a não ser tão inclinada, o que sugere uma progressiva estabilização das condições recessivas.

O indicador referente a Dezembro do ano passado desceu para 96,48 (a média de longo prazo é fixada em 100), o que significa uma descida mensal de 0,51% (0,62% no mês anterior) e uma queda acentuada de 6,47% por comparação com Dezembro de 2010 (a queda homóloga de Novembro havia sido de 5,74%). A previsão oficial do Governo e da troika aponta para que a economia portuguesa recue 3% neste ano, mas esse número data do início do Outono e deverá revelar-se mais sombrio na realidade.

Já para o conjunto dos países membros da OCDE, em particular para os Estados Unidos e para o Japão, os indicadores avançados “mostram uma mudança positiva na dinâmica de crescimento”. No caso da Zona Euro, estes continuam a sinalizar um crescimento inferior ao da média de longo prazo, mas também aqui pode haver boas notícias, com a OCDE a detetar “a emergência de sinais de moderação da recente deterioração” das perspectivas económicas para os próximos seis meses. As últimas previsões do FMI antecipavam uma recessão na Zona Euro de 0,5% no conjunto de 2012.

Em vias de estabilizar a desaceleração do crescimento estará o Brasil. Já para a China, os indicadores da OCDE apontam agora de forma mais pronunciada para um abrandamento do crescimento da actividade económica.

Sem comentários:

Enviar um comentário