terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Angela Merkel encontrou-se com o seu professor, em Pequim. “A República Popular da China manda passear a chanceler”, em reação à viagem de três dias de Merkel no Império do Meio, onde esperava, entre outras coisas, pedir a ajuda chinesa para a salvação do euro. É certo que Pequim quer participar na solução da crise mas não conta perder o seu dinheiro.

“Nada de promessas de investimentos diretos aos europeus, declarou friamente o primeiro-ministro Wen Jiabao”. “Os países endividados têm, primeiro, que ‘tomar decisões dolorosas e fazerem os seus deveres’”. Ou seja:

Reduzir as dívidas, alargar os mecanismos de controlo e tomar posições claras, francas e confiáveis para com o resto do mundo. O dinheiro que os chineses querem investir na Europa não tem como objetivo ser uma ajuda ao desenvolvimento mas sim um bom investimento. No melhor dos casos, no plano económico e político.

Do ponto de vista alemão, a China podia desempenhar um papel-chave com os seus 3,2 mil milhões de dólares de reservas de divisas. As contrapartidas exigidas em troca, como por exemplo:


O reconhecimento, pela UE, do estatuto de economia de mercado para a China, o que tornaria mais difícil às empresas europeias tomarem medidas contra os crimes contra a concorrência e o dumping sobre os preços.

Resultado: a chanceler, que pode querer ser considerada pelos chineses como “a renovadora chefe do euro”, não teve oportunidade de promover as relações económicas bilaterais, como estava previsto, e não tem outro remédio senão esperar pelos encontros que ainda terá no decorrer do ano para arrancar as promessas ao primeiro-ministro chinês.

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